SEDE PRIMAVERIL
1 Às
margens dos rios de Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos
de Sião.
2 Nos
salgueiros que lá havia, pendurávamos as
nossas harpas,
3 pois
aqueles que nos levaram cativos pediam canções, e os nossos opressores, que
fôssemos alegres, dizendo:
Entoai-nos algum dos cânticos de Sião.
Livro
dos Salmos, cap. 137:1 a 3.
Há uma
Primavera de Esperança
Que no Ser
Humano avança
Mesmo
quando o Inverno
Entra
sério
Na sua
Estação.
“O que vale na vida não é o
ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim, terás o que
colher.”
Cora
Coralina (1889 - 1985).
Há uma
Sede Primaveril
Que
nunca é servil
A
nenhum tempo,
Pois em
todo momento
Habita
o interior da Alma
E com
ela fala
Na
Língua Permanente do Amor:
É o
Coração.
“Nunca escreverei uma palavra
para lamentar a vida. Meu verso é água corrente, é tronco, é fronde, é folha, é
semente, é vida!”
Cora
Coralina (1889 - 1985).
Com a
presença do Verão
Ou
mesmo do Outono
Nunca
se acaba,
Pois
não menoscaba
A importante união
Das Estações.
“Há uma primavera em cada
vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para
cantar! E se um dia hei de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma
alvorada, que me saiba perder, para me encontrar.”
Florbela Espanca (1894-1930).
Poetisa e escritora
portuguesa.
Cada Vida
Deve ser sentida
Como uma continuidade
De uma outra
Que se deu tão pouca,
Ou mesmo nenhuma
Razão de existir.
“Todos estamos matriculados
na escola da vida, onde o mestre é o tempo.”
Cora
Coralina (1889 - 1985).
Cada Existência
É um passo além
Do tempo que convém
A cada criatura,
Para derrubar o império
De todo mistério
Que ronda em torno de si,
Mas que tem que ter um fim,
Para que a Vida Altaneira
Seja a verdadeira
Meta Ascensional.
“Eu sou a terra, eu sou a
vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.”
Cora
Coralina (1889 - 1985).
A Vida sempre espera
Muito mais Vida
Para permanecer
E sempre obter
A Vida Universal,
Para dissipar as sombras
Do dito segredo
Que leva ao degredo
Muita gente.
“Fiz a escalada da montanha
da vida removendo pedras e plantando flores.”
Cora
Coralina (1889 - 1985).
Escritora, poetisa e contista
brasileira.